Como é sobejamente reconhecido, os recursos naturais da Terra estão injustamente distribuídos, e o homem torna ainda mais injusta esta repartição. Esta é a causa de grande parte dos conflitos internacionais, a maioria disfarçada de conflitos políticos, religiosos ou até mesmo terroristas, visando a exploração de recursos energéticos e alimentares, principalmente das regiões mais deprimidas do planeta.
As guerras no Iraque provavelmente não teriam ocorrido se esta área não estivesse pejada de petróleo no subsolo. O Afeganistão não possui grandes reservas petrolíferas, mas é uma zona estratégica para controlar a região.
Outros conflitos, menos mediáticos, minam o mapa geopolítico, como as tensões entre a Rússia e a Ucrânia, derivadas do controle do abastecimento do gás natural à Europa.
Por cá, em Portugal, durante anos foi necessário tomar um cuidado especial com a tensão de dois elos que nos unem com África, nomeadamente com a Argélia (gás natural) e Marrocos (pesca).
Mas há um conflito na actualidade que nos afecta em Portugal, que é o da pirataria na Somália, devido aos militares portugueses aí deslocados para proteger as embarcações que passam na região. Mas esses piratas “de perna de pau, olho de vidro, e cara de mau” não apareceram do nada, algo deve ter acontecido, para o seu surgimento…
A Somália, é hoje em dia, um dos países mais mergulhados na pobreza existentes no globo, e devido a anos de guerra que levaram a um vazio de poder, que foi permitido e até incentivado pelos países ricos para uma ausência de autoridade, permitindo a passagem através do estratégico Golfo de Aden, e a pesca em massa nas suas costas, drenando todos os recursos piscícolas, o que obviamente faz com que a auto-suficiência alimentar de um país mergulhado na guerra, se tornasse extremamente reduzida.
Além disso, perto da costa somali estão enterrados resíduos nucleares, que após o tsunami de Dezembro de 2004, foram para mais perto da costa Africana, poluindo seriamente as águas e afectando significativamente a população.
Não é aceitável que se invada, ataque, ou provoquem conflitos, para explorar directamente os recursos naturais, e se contamine o meio ambiente e as populações locais. Isso não ocorre apenas com recursos como o petróleo, por exemplo, podendo também ocorrer com recursos como a madeira, e mais cedo ou mais tarde será devido à escassez de água potável.
A minha mensagem final, ao contrário do que poderá transparecer no artigo, destina-se a ser optimista e é a seguinte: a promoção da utilização de energias renováveis pode fazer uma justa mudança. Para desfrutar do sol e do vento, não é preciso passar por cima de ninguém, invadir, ou matar.