O aquecimento global está a afetar a perda da biodiversidade. Não só os animais e as plantas estão em perigo pelas suas consequências. As civilizações e os seres humanos também podem desaparecer devido aos seus efeitos. Para além disso, a situação é mais preocupante do que inicialmente se pensava.
O alerta
Especialistas da Universidade de Stanford, UCLA e Universidade de Flinders alertaram para a grave ameaça que enfrentam todas as espécies, incluindo os seres humanos, devido à perda de diversidade, à aceleração das alterações climáticas nos próximos anos, à ignorância e à inação.
Estes são fatores que devem ser tidos em conta e atuados para tentar inverter a situação, de acordo com o documento de perspetiva “Subestimar os desafios de evitar um futuro sinistro”, recentemente publicado no Frontiers in Conservation Science.
Os investigadores salientam que a humanidade está a causar uma rápida perda de biodiversidade, o que dificulta a capacidade da Terra de suportar vidas complexas. Além disso, advertem que a escala das ameaças e de todas as suas formas de vida é tão vasta que é difícil de compreender.
Este problema é especialmente agravado pela ignorância e interesse próprio a curto prazo, a busca de riqueza e interesses políticos que dificultam as ações necessárias para a sobrevivência.
Os investigadores também advertem no documento que travar a perda da biodiversidade não faz parte das prioridades de nenhum país, e questionam se as mudanças necessárias virão a tempo porque a maioria das economias funciona com base no facto desta luta ser demasiado onerosa para ser politicamente aceitável, combinada com campanhas de desinformação que protegem os ganhos a curto prazo.
O documento
O documento refere-se a mais de 150 estudos e explica tendências futuras no declínio da biodiversidade, extinção em massa, perturbações climáticas ou envenenamento planetário, que estão relacionadas com o consumo humano e o crescimento populacional. Também se concentra no impacto da incompetência política.