Diante desse assustador panorama, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP) já alertou de que, sem uma atuação firme e urgente para melhorar a gestão desses resíduos – dois milhões de toneladas de dejetos, que contaminam 2.000 milhões de toneladas de água diariamente -, a situação vai piorar. Seu impacto não afeta somente a saúde de milhões de pessoas (sobre tudo os mais pobres), mais também prejudica os ecossistemas marinhos (245.000 km2 de zonas marinhas mortas, segundo a UNEP) e o clima, através das emissões de metano que contribuem para o aquecimento global. A UNEP, em seu informe Sick Water (Água Enferma), exorta os governos a empreender acções urgentes com “enfoque multisetorial” publica o jornalEl País.
Nos países desenvolvidos, existem estações de tratamento residuais que depuram as águas servidas antes de serem vertidas nos rios, lagos e mares. Mas nos países em desenvolvimento, se calcula que aproximadamente 90% destas águas são vertidas diretamente sem nenhum tratamento. O problema é de tal forma preocupante, que todo ano morrem mais pessoas acometidas de enfermidades relacionadas à água contaminada, do que por qualquer forma de violência, inclusive as guerras, afirma a ONU. As infraestruturas de saneamento da maioria das áreas urbanas em países em desenvolvimento são inadequadas. “Precisamos ser mais inteligentes na forma de gerenciar as águas residuais”, disse Achim Steiner, diretor da UNEP, citado pela agência Reuters. “As águas residuais matam a gente, literalmente”.